Por que anoto coisas que nunca vou usar?

Tenho blocos de notas que dariam um bom estudo antropológico. Metade das ideias eu nem lembro de onde vieram, e a outra metade eu jurei que seriam geniais e não são.

Anoto coisas o tempo todo. Não só ideias boas, que merecem ser salvas do esquecimento, mas também ideias aleatórias, suspeitas, quase constrangedoras. Anoto palavras bonitas, títulos de textos que talvez eu escreva, talvez não, frases que ouvi na rua, pensamentos, sentenças que parecem ter vindo de alguém mais inteligente que eu, mas que infelizmente saíram da minha cabeça mesmo.

E por que anoto? Ah, várias razões, mas acho que nenhuma delas realmente útil.

Isso não é birra, é acúmulo de função

Sabe quando você entra numa empresa pra fazer uma coisa… e do nada querem que você faça duas, três, como se fosse super normal? Pois é. Foi exatamente isso que aconteceu comigo.

Meu cargo é no setor jurídico. É isso que estudei, é pra isso que fui contratada, é onde eu me encontro profissionalmente, mas em certo momento, veio a ideia (não sei de quem, sinceramente) de que eu poderia cuidar também da ouvidoria. Tipo: “ah, você já está aí mesmo, não custa dar uma olhada nisso também.”

Só que custa sim.

5 anos

12 de junho de 2020 – 12 de junho de 2025

Hoje o blog completa 5 anos. Cinco. Anos. Respiro fundo ao escrever isso porque, sinceramente, parece que foi ontem, e ao mesmo tempo, uma vida inteira.

Entrei para o universo dos blogs em 2012. Naquela época, a internet era outro mundo, menos acelerada, mais pessoal. Escrevia por prazer, por amor à palavra. O blog era quase um diário aberto.

Durante anos, escrever era uma extensão da minha alma, e foi por meio dos textos que eu descobri minha própria voz. Escrever sempre foi uma forma de habitar o mundo com mais leveza.

Em 2018, fechei o blog, ou melhor, silenciei minha escrita. Fiquei em silêncio por dois anos, e foi só em 2020, em meio a uma pandemia global, que algo dentro de mim pediu para voltar.